quinta-feira, 7 de julho de 2016

Sabores da minha infância!


Desde que me conheço por gente travo uma luta ferrenha com a balança.
Somos inimigas desde a minha mais tenra idade,mas de uns tempos pra cá a luta se acirrou e eu tenho perdido uma batalha atrás da outra.
Tenho 5 irmãs e cada uma tem um talento.O meu é ser a gorda da família.
Quem me conhece acha que não,sempre dizem:
-Você não é gorda,tem ossos grandes!
Sim,sou grande e tenho ossos(se grandes não sei,mas pesados pra caramba)
Sou a filha do meio de uma grande família  com onze filhos,pai e mãe maravilhosos!
Antes de mim,cinco filhos,no meio eu,e depois de mim mais cinco(eita)!!!
Minha mãe nunca trabalhou fora,somente meu pai,que trabalhava muito para sustentar os filhos.
Não era fácil,e me recordo com clareza que muitas vezes a gente não tinha o  que comer,minha mãe sempre improvisava,mas às vezes precisava esperar até que ele voltasse com o dinheiro ou com mantimentos.
E muitas vezes a gente ia dormir sem jantar,meu pai chegava bem mais tarde,minha mãe fazia o jantar e acordava a gente para dar de comer.
No dia seguinte eu não tinha certeza se tinha jantado mesmo ou se tinha sido somente um sonho!
Eram tempos difíceis,mas fui uma criança muito amada e feliz,sempre!
Minha mãe,apesar de toda a dificuldade,era aquela que contava histórias todas as noites antes de a gente dormir.
Meu pai também contava histórias,cantava pra gente e guardo com muito carinho e saudade a lembrança de quando eu brincava com ele assim:





Morávamos em Astorga, Paraná,numa casa com um quintal enorme,muitas árvores frutíferas e horta ,então a gente se esbaldava;manga,abacate,goiaba,figo,mamão,banana,chuchu,abóbora,laranja,almeirão,couve,alface,ervas que serviam para chá e muitas flores,tudo isso no nosso quintal!
Minha mãe fazia pão todo sábado e assava num forno de barro que tinha em casa.






Posso sentir o cheirinho do pão assando na folha de bananeira.Oh,saudade!


Enquanto os pães assavam,alguém torrava café para a semana toda,num fogareiro improvisado com pó de serra num torrador assim:




Eu gostava muito quando ninha mãe me colocava pra torrar o café;eu sentava num banquinho e enquanto girava o torrador eu cantava o tempo todo,tanto que não prestava atenção na fumacinha branca e no cheiro que indicavam que o café estava no ponto certo e várias vezes quase queimava tudo.

Depois moía num assim:

Café com pão quentinho e manteiga,não tinha nada melhor!

Pois bem,entre brincadeiras ,histórias e peripécias,eu também comia doces,como toda criança,e algumas imagens dos produtos que marcaram a minha infância:









Das comidas que minha mãe fazia,lembro com saudades da macarronada,maionese e frango assado aos domingos.Durante a semana era arroz,feijão,almeirão,toucinho,carne seca no feijão ou com batatas,carne de porco,omelete,bacalhau,sardinhas e muito mais.
Refrigerante só no Natal,além da leitoa assada,farofa,macarronada e maionese.
Por causa da fartura de frutas,fazia goiabada no tacho e a gente comia com queijo fresco.
Nas noites de frio intenso e geadas,chá com folhas da figueira ou leite quentinho com açúcar queimado e canela.Ficava marronzinho,uma delícia!

Por essas e por muito mais dá pra notar a origem do meu excesso de peso.
Eu  gostava de comer,mas gostava de brincar também.
Sempre fui moleca:subia  em árvores,fazia  traquinagens,brincava de casinha com comidinhas de verdade e marido de mentirinha também,batizava as bonecas brincava  e brigava na rua enquanto meninas da minha idade já namoravam!
Tenho marcas de pedradas,esfolados, cortes e arranhões pelo corpo todo!

Aos domingos ia à missa juntamente com a família toda,com direito à pipoca na saída caso se comportasse direitinho(eu sempre ficava sem,pois aprontava durante a missa),mostrava a língua pro povo,beliscava,era um capeta!

Tenho uma memória muito boa,acreditem,e vou narrar em detalhes para que eu descubra até que ponto isso tudo interferiu no meu ganho de peso e assim auxiliar no tratamento para chegar ao peso ideal.
 Me acompanhem nessa jornada !

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